Do 1º de Maio

Boa tarde,

Hoje, 1º de maio, dia emblemático para todas as trabalhadoras e trabalhadores em muitos países do mundo, duas grandes redes de supermercado do meu querido Portugal abriram as portas, o Pingo Doce e o Continente.
Ofereceram descontos de até 50% aos clientes e um bom extra para persuadir seus funcionários a irem trabalhar. E ainda tiveram a ousadia de declarar "temos horário para entrar mas não para sair".
Quem os condena, a esses trabalhadores? Eu não. 

Impera a necessidade acima da ideologia. 

É como a venda de votos. Cem reais em troca de um voto dá para alimentar um bocado de menino. Pensamento imediatista mas, como dizia o inesquecível Betinho, idealizador do Fome Zero, "quem tem fome tem pressa".

Nós adultos conseguimos fazer, por um certo tempo, a força de vontade sobrepor-se à fome. As crianças não.
Nem precisaria ir a Portugal constatar isso. Ali, na venda da esquina, o rapaz entrega água nos condomínios, sem extra, sem saber o que é mais-valia, sem um pensamento sobre o  primeiro de maio de 1886. Para ele é só mais um dia de trabalho.

Saudações a todas as trabalhadoras e trabalhadores, de todos os setores,  votos de um excelente dia e, é claro, gratidão a toda a equipe da Cidadela das Artes, ao Francisco, aos músicos e à amada Teresa que, com o seu trabalho, faz mais bonitas as minhas idas e vindas do emprego, em ônibus superlotado, ouvindo suas lindas canções pelos "auscultadores".

Vera :-)

Foto: Alexandra Neto Ferreira.