segunda-feira, 6 de abril de 2015

"A Cidade"


Boa noite,


Hoje a Teresa postou em sua página oficial no Facebook a letra de um novo tema a fazer parte de "O Horizonte", o seu segundo e desde já muito amado e aguardado álbum autoral. A canção é "A Cidade" e, se eu não me engano, foi abertura dos concertos lindamente ocorridos em Salvador e em Belém, seguida pela também inédita "O Vento". 
E com a sua postagem vieram todas as lembranças dos momentos mágicos que vivi. As lembranças se confundem, mas que bom haver lembranças, e tão lindas! Embora confusas, ficarão por toda a vida guardadas na memória, no coração e na alma, em mim, em nós, no tempo. A ansiedade no dia do espetáculo, a emoção de vê-la novamente no palco fazendo o que mais ama, o que a faz feliz! Outra coisa que eu adoro é ver as pessoas apreciando o concerto, os aplausos calorosos, os rostos extasiados com a arte da Teresa que tem a ternura das coisas mais simples e é ao mesmo tempo tão primorosa. Depois seguir para a fila dos autógrafos e novamente me alegrar com as expressões de afeto, a satisfação de todos que com ela têm um momento para um autógrafo, um abraço, uma foto. Isso me faz imensamente feliz, saber como a Teresa é amada. Observar o carinho e o cuidado que ela tem com os fãs em receber a todos nós depois dos concertos, embora cansada, sempre com um sorriso sincero, os lindos olhos castanhos a brilhar como estrelas... 
E já vai uma semana... Parece que foi ontem que ouvi a sua risada cristalina enquanto eu corria porque estavam a fechar as portas do Theatro da Paz comigo dentro. Que você sorriu para mim do palco do TCA. Que eu contemplei o seu rosto contra o céu de Lisboa. Que você segurou a minha mão pela primeira vez, aqui em Fortaleza. Todas as minhas lembranças da Teresa guardadas em um delicado porta-joias a que chamo "ontem".
Valeu a pena as distâncias que percorri para encontrá-la, meu amor. Mais longe eu iria e mais vezes eu faria, e farei, quando você retornar, como o Sol surgindo no horizonte.


Segue "A Cidade".


Nua e concreta
a realidade
que se projecta
pela cidade
em cada rosto
o inadiável
é o pressuposto
para o inevitável
voraz motor da emoção
que justifica o contexto
gerador de ilusão
Tanta pressa por repetição
Somos
a centelha orgânica
a resistência
à submissão mecânica
para a sobrevivência
na solidão urbana
de uma clara consciência
que complete a equação humana
Basta
de retórica vazia
de ecónomia plástica
ganância tóxica, fria
Pesada consequência
a mágoa que se propaga
para nada."

(Teresa Salgueiro)




Queria este manuscrito para mim... E quem não queria? :)

Nenhum comentário:

Postar um comentário