terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Entrevista à Luxuriant


Boa tarde,

Esta entrevista é de junho de 2014, feita pela revista Luxuriant, de Luxemburgo, quando a nossa Teresa aí se apresentou mais recentemente. Bem curtinha mas um amor.

"A cantora Teresa Salgueiro, nascida em 1969, em Lisboa, é uma das vozes mais emblemáticas de Portugal. Com a idade de 17 anos, funda os Madredeus com o guitarrista Pedro Ayres Magalhães. Juntos, pisarão os palcos do mundo inteiro. A jovem, então, transformou-se numa verdadeira embaixadora do seu país. Mas às 37 primaveras, a lisboeta tem sede de novas experiências. E após muitas colaborações com músicos como Caetano Veloso, José Carreras, Maria João ou Carlos Nunez, Teresa Salgueiro decidiu, em 2009, voar com as próprias asas. Na sexta-feira dia 11 de julho, esta filha do Tejo fará ressoar a sua voz cristalina na Abadia Neumünster e defenderá O Mistério, o seu último álbum, que compôs por inteiro. A Luxuriant ligou à artista durante um ensaio na capital portuguesa, para saber um pouco mais acerca da sua carreira.


Porquê ter deixado os Madredeus?
Coloquei um termo a essa maravilhosa aventura em 2007, pois sentia a necessidade de virar a página. Vivi, durante 20 anos, uma experiência mágica. Representei Portugal no mundo inteiro, interpretando canções escritas por mim. Hoje canto os meus próprios textos e componho, com os meus músicos, uma música ligada à nossa própria memória e à do nosso país, mas de uma forma diferente. Abri simplesmente um novo capítulo da minha vida (risos).
Um registo próximo do fado?
Amo profundamente esse género musical tradicional e sou uma grande admiradora da obra da grande fadista Amália Rodrigues, por entre outros, mas o fado não faz parte do meu repertório. Em 2009, com o meu grupo actual, produzi o álbum Matriz que retoma canções desde o século XIII até aos nossos dias, músicas de diferentes estilos provenientes de todas as regiões de Portugal. A nossa cultura portuguesa não é unicamente composta de fado. Estou, no entanto, muito feliz de verificar que hoje está na moda e toca todas as gerações. Este retorno às origens é uma necessidade, quando observamos a crise que atravessamos no nosso país, e na Europa em geral.
Fora de Portugal, em que país nota um melhor acolhimento?
Cada povo tem a sua forma particular de acolher a minha música. As reacções são, em qualquer dos casos, sempre muito positivas e entusiasmadas. O Grão-Ducado, por exemplo, reservou-me desde sempre um acolhimento muito caloroso!
Segue algum ritual antes dos espectáculos?    
Maquilho-me, visto a roupa de palco e deixo que a adrenalina suba. O mais importante é a comunhão com o público. Recebemos em troca aquilo que damos.
O mais belo presente que recebeu de um fã?
Um desenho da artista Lix Rangel, aquando duma passagem pelo México. Representou-me de uma forma muito poética, em pleno mar, com uma caravela nos braços."



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