sexta-feira, 4 de outubro de 2013

teresa Salgueiro em entrevista ao jornal "A Tarde"


Olá!

Leiam esta matéria do jornal "A Tarde" de Salvador, de autoria do jornalista Chico Castro Jr.


Cantora apresenta músicas de novo repertório, que é diferente do da antiga banda


(Chico Castro Jr.)





Foto: Tácio Moreira / Metropress


Cantora portuguesa mais famosa e cultuada mundo afora desde a mítica Amália Rodrigues (1920-1999), Teresa Salgueiro não é uma estranha para os baianos. À frente do grupo Madredeus por 21 anos, esteve com os ex-parceiros no Teatro Castro Alves em 1995, onde fez show solo em 2010.
Agora, retorna à mesma sala, nesta sexta-feira, 4, às 21 horas, divulgando seu primeiro álbum desde que saiu do grupo: O Mistério (2012).  "O espetáculo é centrado no repertório  do álbum. Pode ter um ou outro tema fora disso, mas seria uma coisa pontual", contou Teresa, por telefone, de Lisboa.
Apesar de já ter gravado alguns clássicos da MPB - Dorival Caymmi, inclusive - no álbum Você e Eu(2007), ela nega que vá incluir alguma canção brasileira no show.
"Venho me apresentando desde maio de 2012 com esse repertório completamente novo, que inicia um outro período na minha vida. É verdade que faria sentido, estando na Bahia, fazer Caymmi. Mas não preparamos nada", afirma.

Instrumentação
No trabalho solo, Teresa resolveu explorar caminhos diferentes aos percorridos com seu antigo grupo. "São trabalhos muito diferentes, especialmente  em termos de sonoridade", afirma.
"Há a bateria, que nunca utilizamos no Madredeus. A guitarra elétrica é utilizada como guitarra acústica (violão), com toda uma plasticidade e pedais de efeito. Há toda uma linguagem, um som que é ligado nas tradições portuguesas, mas que também é contemporâneo e aponta para o futuro", detalha Teresa.
Outro ponto importante nesta nova fase da diva lusitana é que, pela primeira vez, ela compôs, em parceria com seus músicos, todo o repertório de O Mistério. "No Madredeus eu cantava um repertório original feito para mim, mas não por mim. Tive a sorte de encontrar essas pessoas que são excelentes músicos e pudemos fazer esse trabalho  em conjunto", reitera.
"É um processo que leva tempo. É como  construir uma casa, um lugar a serviço dessa linguagem em comum, que é diferente de tudo que já fiz. Eu era a intérprete de uma linguagem que fosse original ou clássica, já existia. Agora, é um repertório criado por mim, um novo começo. É uma grande alegria escrever e dizer as coisas que sinto", observa.
Contida, mas  bem falante e obviamente muito inteligente, Teresa quase sempre tem, nos textos que se escreve ao seu respeito, colados em si adjetivos como "misteriosa", "enigmática", "mística". Aura que ela parece alimentar desde o título do disco solo. "Na hora de dar título ao disco, vi que tudo aquilo que escrevi não deixou de ser uma reflexão da importância e da presença do mistério em nossas vidas".
"E da aceitação de que não podemos conhecer tudo da realidade. Conhecemos uma ínfima parte. Isso nos ajuda a compreender a vida enquanto seres humanos  e nossa pequenez, nossa fragilidade perante o universo", reflete a artista, existencialista por natureza.



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